

Através do projeto, sustentado pela Fundação e coordenado por mim, foi possível levar aulas de teatro, ballet, capoeira, música, a mais de 250 crianças. Seu objetivo era tirá-los da ociosidade vivida, sobretudo, nos fins de semana. Professores foram contratados e as oficinas foram um sucesso!
O tempo passou e, por motivos superiores, tive que me afastar da coordenação. Porém, jamais vou esquecer o brilho nos olhos daquelas crianças, a ansiedade que antecedia às apresentações, a primeira medalha. Quis o destino que o BALLET DA FUNDAÇÃO PEDRO PAES MENDONÇA fosse o primeiro grupo de dança a se apresentar no Teatro Tobias Barreto, que havia sido recém inaugurado. Não consigo descrever a felicidade daquelas meninas e de seus familiares. Ainda tiveram o privilégio de viajar para Recife e se apresentarem no histórico Teatro do Parque, assistidos pelas maiores autoridades daquele Estado e a da mais alta sociedade, acostumada a ver espetáculos monumentais.
Jamais tivemos a pretensão de fazer surgir entre elas uma "Ana Botafogo!, mesmo sabendo que isso poderia ser possível, por que não? O objetivo era resgatar a auto-estima que as deixara capisbaixas; era possibilitar a luta pela concretização de seus sonhos; era fazê-las capazes de serem aquilo que almejassem.
A mesma coisa aconteceu com o teatro e a capoeira. Sinto-me gratificada por ver que alguns viram nessas oficinas portas abertas para a sua vida profissional e são hoje professores nas suas artes.
Tem muita coisa que o dinheiro compra, é verdade. Mas, quando fazemos coisas na gratuidade, de coração, um sentimento incomumente percebido invade a alma de uma forma que se torna impossível descrever.
O PROJETO PITANDO O SETE deu frutos que eu jamais esperava. Talvez tudo isso um dia seja esquecido e a vida siga o seu rumo natural. No entanto, não fiz nada buscando reconhecimento, pois senti uma necessidade pessoal de tomar tal atitude, sem dúvida para cumprir uma dívida que devia ter com Deus. Garanto que aprendi muito mais que ensinei e, se tivesse que voltar ao tempo, recomeçaria tudo da mesma forma, de coração aberto, para cumprir uma missão que me foi dada.
Ainda sonho em fazer muito mais. Agora meu sonho é retornar com um outro projeto ainda bem mais elaborado e solidificado. É só o tempo de concretizar alguns objetivos pessoais, para que fique mais livre e possa me dedicar com mais plenitude a essa causa, que voltarei. O que é certo é que a minha missão na minha querida Serra do Machado só começou.
Amo demais as minhas raízes, o meu povo, a família que deixei por lá, para ter a oportunidade de absorver tantos conhecimentos e não dividir com esses meus irmãos. Que teria feito da minha vida caso me isolasse no meu mundo,e esquecesse o que eu deixei para trás? Não seria mais do que um ser desprezível.
SERRA DO MACHADO É A PUPILA DOS MEUS OLHOS!!! Amoooooo d+++!
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