segunda-feira, 17 de novembro de 2008

CASAMENTO DE CRIANÇAS MUÇULMANAS



Para nós ocidentais é inaceitável que crianças a partir dos 9 anos de idade possam se casar. Choca ainda mais saber que a maioria desses casamentos são arranjados pelos próprios pais, muitas vezes por questões financeiras, ocorrem quase sempre com homens mais velhos que as violentam, respaldados por uma religião machista que minoriza o valor da mulher dentro da sociedade, da família e desta frente ao homem.

Não consigo imaginar como deve ser a vida de uma criança que é levada para viver com um estranho bem mais velho do que ela, sem nenhum preparo emocional, sem nenhum tipo de sentimento que lhe lembre afeto, tendo que deitar-se ao seu lado todas as noites, servido-lhe de empregada e de amante. Essa é a realidade das crianças afegãs e de muitas outras muçulmanas nessas sociedades orientais.

No Irã uma criança de 10 anos pediu o divórcio do seu marido (de 15 anos) porque ela foi impedida de brincar de boneca. No Iêmen, Nujood Ali Hasanoutra de 10 anos, casou-se vendida pelos pais, na promessa que o marido (de 30) a desposasse somente quando ele tivesse 20 anos de idade... claro que ele não cumpriu! Ainda na primeira semana a violentou. Ela tentou o divórcio, que lhe foi negado visto que a justiça do seu país "não se intromete na vida conjugal", pois o homem é quem manda na mulher. Ela não aceitou a própria sorte e invadiu a sala do juiz, sozinha, para pedir-lhe o divórcio, pois estava sendo agredida constantemente pelo seu marido. O juiz compadeceu-se com a sua história e deu-lhe o divórcio, mas seus pais tiveram que pagar uma indenização em dinheiro ao seu ex-marido!!!! Essa menina deu uma lição a todas as mulheres, principalmente as que sofrem maus tratos. Por conta desse feito foi premiada nos USA e em outros países, juntamente com outras mulheres dos variados setores, localidades e feitos.

Ainda no Iêmen, uma menina de 12 anos, que fora obrigada a casar-se com um primo com o triplo de sua idade, que a estupro no 3º dia de casamento, pede o divórcio e ameaça se suicidar caso tenha que voltar para o marido. Não se sabe a sorte que ela terá, se a Justiça daquele país também a libertará desse destino ou a manterá nessa escravidão.

Embora as entidades de direitos humanos venham lutando pelo respeito e valorização dessas mulheres, lutar contra uma cultura milenar, legitimada por uma religião que se fortalece mundialmente a cada dia, não é uma tarefa das mais fáceis. Por conta dessa problemática, em breve, comentarei aqui no blog sobre o livro CIDADE DO SOL, que nos remete a essa realidade e nos faz sentir na pele, dentro do nosso imaginário, um pouco do sofrimento dessas mulheres guerreiras e sofredoras ao mesmo tempo. Essas entidades não podem parar de ajudá-las, pois elas representam, muitas vezes, a única esperança, a última porta capaz de levá-las à libertade do mundo cruel que lhes aprisiona.

Por isso que hoje também quero saudar todas as "Nujood Ali Hasanoutra", que no silêncio da sua dor, lutam por dias melhores e pela vida que merecem.

VIVA AS BRAVAS MULHERES AFEGÃS!
SORTE E PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS MUÇULMANAS!

2 comentários:

mércia disse...

realmente é triste ver como as mulheres, as crianças são tratadas...

indiquei seu blog pra amigos...

bjs

Anne disse...

Obrigada, Mércia!!

É um prazer tê-la como leitora do meu blog e por me acompanhar nessa ousada (e ao mesmo tempo despretenciosa) aventura de tentar expressar com as palavras o que sinto frente a vários acontecimentos, fatos, sentimentos.

Sucesso para ti!
Beijos,

Anne

Adoro praia!

Adoro praia!
Momento de pensar em nada!! hehe